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Design-Moda

O QUE FAZ

Sua roupa pode até não conversar verbalmente com você, mas, de algum jeito, ela “fala”. Vestimentas sinalizam hábitos, comportamentos, contextos socioeconômicos e outros aspectos de determinada época. Ao ultrapassarem o papel meramente utilitário e ganharem dimensão simbólica, roupas, acessórios, maquiagem e outros itens se transformam em moda, uma linguagem que possibilita a comunicação de ideias por meio de seus próprios códigos visuais.

Basta pensar nas diferentes maneiras do vestir que marcaram civilizações ao longo dos séculos e em como elas sempre estiveram relacionadas às conjunturas política, cultural, moral e religiosa – além, claro, das técnicas e dos conhecimentos científicos então disponíveis. Da túnica dos gregos na Idade Antiga, passando pelos vestidos bufantes da Renascença europeia até a vertiginosa trilha de inovações que caracterizou o século 20, o que permaneceu foi o uso da moda como instrumento de distinção de classe social, gênero e trabalho e, ao mesmo tempo, como manifestação individual de desejos, valores e gostos.

Trabalhadores que contribuíram para essa história – como costureiras, alfaiates, sapateiros, chapeleiros, modistas e, eventualmente, estilistas – tiveram papel importante na construção do pensamento sobre moda. Com a industrialização dos ofícios e o desenvolvimento do setor, o termo designer de moda passou a ser utilizado para referenciar profissionais que lidam com etapas de criação.

Figura-chave da cadeia produtiva da moda, cabe ao designer traduzir ideias, conceitos, tendências ou mesmo o espírito de uma época, por meio da elaboração de peças, modelagens e protótipos, técnicas, materiais ou estampas. Na concepção de coleções, é responsabilidade do designer de moda construir uma narrativa interessante e conferir àquele trabalho uma coesão estilística.

Designer de moda e estilista podem ser considerados equivalentes quando se fala de roupas. No entanto, quando esse trabalho se expande para outros itens de vestuário – sapatos, bolsas, chapéus, joias e outros acessórios –, o termo designer tem alcance mais apropriado.

ONDE TRABALHA


Muitos recém-formados sonham em abrir seu próprio ateliê. Embora essa seja uma opção válida – onde podem criar suas próprias peças, atender sob encomenda ou colaborar em projetos –, o mercado da moda é bem segmentado e oferece diversas funções e cargos em empresas varejistas, pequenos estúdios, multinacionais ou marcas de alta costura.

Além de trabalhar diretamente com criação, o designer de moda também pode atuar na coordenação de linhas de produção, supervisionando etapas e acompanhando resultados; na criação de estampas, de novos tecidos ou tecnologias; na identificação e aplicação de tendências (coolhunting); no gerenciamento e posicionamento de marca; e no setor de compras (investindo no relacionamento com fornecedores para aquisição de tecidos, aviamentos e outras matérias-primas).

Outra função de destaque é o de stylist, profissional que se dedica à construção de looks por meio da combinação de elementos visuais – roupas e acessórios, maquiagem, cor, corte e penteado do cabelo –, com o objetivo de passar uma mensagem ou conceito. O stylist é bastante requisitado em desfiles, festas, cerimônias e shows, além de campanhas publicitárias, editoriais de moda, ensaios fotográficos e programas de TV, mas também pode prestar consultoria para clientes individuais (a chamada consultoria de estilo).

Há ainda um mercado interessante no setor de entretenimento, envolvendo criação, produção e pesquisa de figurino, além, claro, da carreira acadêmica, onde é possível conciliar docência e pesquisa.

O CURSO NA UFC

O QUE ESTUDA


A formação em Design-Moda deve prover o estudante com um entendimento amplo e aprofundado da referida indústria e suas cadeias produtivas. Para isso, é necessário um currículo que contemple aulas teóricas e atividades práticas, voltadas tanto ao exercício da criatividade e à bagagem histórica e estética quanto aos aspectos comerciais do setor.

Além das disciplinas de Design e História – Técnicas de Desenho, Modelagem e Manipulação de Tecidos, Semiótica, Costura e Confecção, História da Moda e da Indumentária –, os alunos também costumam estudar conteúdos relacionados à gestão e aos negócios, como branding, marketing, vendas, comportamento do consumidor e gestão de produção.

Vale ressaltar ainda o tema da sustentabilidade e meio ambiente, cada vez mais forte em várias áreas, e seus respectivos cursos de graduação. Na moda – uma das indústrias mais poluentes do mundo, vale dizer –, ele é abordado a partir de conteúdos sobre práticas e materiais sustentáveis, redução de impacto ambiental, manejo de recursos naturais e novas tecnologias de tecidos e fabricação.

Na UFC, o curso estrutura-se em cinco unidades curriculares. Na unidade História e Pesquisa de Moda, o aluno estuda aspectos históricos da moda e as mudanças das indumentárias ao longo do tempo. Em Tecnologia Têxtil e de Confecção, são vistas disciplinas de Modelagem Tridimensional e Ergonomia de Produto, por exemplo. A unidade de Linguagem Visual inclui Fundamentos do Design e Desenho Técnico de Moda. Na unidade de Negócio de Moda, o aluno cumpre disciplinas relacionadas à criação de negócios próprios, entre elas Empreendedorismo. Já a unidade de Gestão de Projeto traz as disciplinas de Processos Criativos e Produção de Moda, além da produção do trabalho de conclusão de curso (TCC).


FICHA DO CURSO

Ingresso: Sisu / Onde: Fortaleza – Campus do Pici Prof. Prisco Bezerra (rua Prof. Armando Farias, s/n, Pici, Instituto de Cultura e Arte-ICA, Fortaleza, CE) / Grau: bacharelado / Duração: 8 semestres / Turno: integral / Número de vagas: 60 por ano, com ingresso no 1º semestre.