Engenharia de telecomunicações
O QUE FAZ
Normalmente, quando uma determinada área do conhecimento evolui para alcançar maior relevância e presença na sociedade, ela passa a demandar um currículo específico para formação de profissionais. É o caso da telecomunicação (também chamada de telecom), uma ramificação da Engenharia Elétrica dedicada a redes de sistemas de comunicações à distância, por voz, dados e vídeo.
Atualmente, essa definição inclui tecnologias como TV analógica (atualmente em processo de desligamento no país), TV digital (por satélite), rádio, telefone – desde aparelhos fixos até os últimos modelos de aparelhos celulares – e internet. A história da telecomunicação, porém, é bem mais antiga: seu primeiro marco foi a invenção do telégrafo, lá em 1837, pelo norte-americano Samuel Morse.
Hoje, trata-se de um setor dinâmico, cujo funcionamento é constantemente impactado por um ritmo acelerado de transformações tecnológicas – que tornaram, por exemplo, a internet praticamente onipresente em escala global. Ao mesmo tempo, a telecomunicação evoluiu para se tornar uma área estratégica em qualquer país, ainda mais aqueles de território continental como o Brasil.
Não por acaso, a Engenharia de Telecomunicações tornou-se um curso de graduação em várias instituições de ensino superior. O engenheiro de telecom atua no projeto, na implantação, na operação e na manutenção de dispositivos e sistemas eletrônicos de telecomunicações. Satélites, antenas, cabos de fibra ótica e coaxiais, softwares, redes computacionais e outras tecnologias podem fazer parte do dia a dia desse técnico especialista.
ONDE TRABALHA
O setor de telecomunicações pode ser dividido basicamente entre três segmentos: empresas que têm concessão para prestação de serviços, fornecedores de equipamentos e empresas que prestam serviços de alto valor agregado (prestação de serviço oferecida como um benefício extra, associado a um produto de telecom principal, a exemplo de assinaturas em plataformas de streaming e canais fechados de TV).
Dentro desses segmentos, o engenheiro de telecomunicações pode atuar, por exemplo, com equipamentos, serviços e tecnologias de comunicação com fio e sem fio; sistemas e produtos de processamento de dados; sistemas e redes de comunicação digitais; modulações, codificações e decodificações dos sinais; softwares; e, segundo tendências mais recentes, internet das coisas, big data e inteligência artificial.
O fato de constituir um setor regulamentado desde 1997 – com a implementação da Lei Geral de Telecomunicações, segundo a qual todas as atividades de telecomunicações do Brasil precisam responder aos parâmetros de qualidade estipulados pela Anatel – possibilita um mercado de trabalho robusto e diverso em oportunidades, tanto na seara privada quanto na pública (no Ceará, basta lembrar, por exemplo, de um dos maiores projetos do governo estadual para a área, o Cinturão Digital, que a partir de 2010 expandiu para centenas de municípios o acesso à banda larga, por meio de uma rede capilarizada de fibra ótica e sinal de rádio).
O CURSO NA UFC
O QUE ESTUDA
Nos primeiros semestres, a graduação em Engenharia de Telecomunicações inclui disciplinas de formação básica como Cálculo, Física e Álgebra. À medida que avança no curso, o aluno passa a acessar disciplinas mais específicas, como Eletrônica Analógica e Digital, Sistemas de Comunicações Analógicos e Digitais, Teoria da Informação, Arquiteturas de Redes, Tecnologias de Transmissão e Recepção de Dados e Voz, Softwares e Processamento Estatístico. O curso também oferece disciplinas sobre empreendedorismo, gestão de projetos e aspectos regulatórios e jurídicos relacionados à área.
Na UFC, a formação em Telecomunicações passou por uma reforma curricular, que entrou em vigor em 2024, com atualizações desde o primeiro semestre. Disciplinas como Física, Química, Programação, Álgebra e Cálculo são vistas em diferentes semestres, em crescentes níveis de complexidade, juntamente com a chegada de novos conteúdos, como circuitos digitais e elétricos, eletromagnetismo, sistemas de comunicações e mecânica dos sólidos. Os últimos quatro semestres são dedicados a disciplinas optativas, além de atividades complementares, extensão, estágio supervisionado e projeto final.
FICHA DO CURSO
Ingresso: Sisu / Onde: Fortaleza – Campus do Pici Prof. Prisco Bezerra (av. Mister Hull, s/n, Centro de Tecnologia, Bloco 725, Pici, Fortaleza, CE) / Grau: bacharelado / Duração: 10 semestres / Turno: integral / Número de vagas: 60 por ano, com ingresso no 1º semestre.